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2021 | A RETROSPECTIVA

        Vinte-vinte e um foi uma montanha-russa autêntica e consigo claramente separar este ano em duas fações muitos distintas: a primeira metade que foi feita de solidão, de medo e de desilusão, e a segunda metade onde fui feliz como não era há muito tempo. Claro, que houve alturas na primeira metade do ano em que me senti imensamente feliz e claro que houve alturas na segunda parte onde me senti triste e sozinha mas, overall, este ano não foi uma linha reta - e ainda bem. Esta publicação de retrospetiva serve de reflexão e de apanhado, de lembrete de tudo aquilo que foi inesquecível em 2021. Foi um ano estranho, porém, deveras rico. Recordemos com carinho aquilo que foi bom e aquilo que foi motor de aprendizagem.

        Foi o ano do crescimento mais abrupto e que eu mais precisava: o de viver e saber estar sozinha, o da autonomia e da responsabilidade. Esta foi a minha maior vitória. Ter a capacidade de desprendimento foi desafiante mas foi das coisas mais incríveis que já fiz. Isto depois de ter desistido de um Erasmus, conseguir, finalmente, ir foi emocionante - e só acreditei quando aterrei. Pádua foi a minha casa e foi o palco das aventuras mais loucas. Não me sentia tão leve, feliz e solta há imenso tempo. Bem sei que já parece a anedota do repete - lamento - mas o Erasmus foi (e ainda não acabou) uma aventura daquelas! Vivi com uma espanhola, conheci pessoas de vários cantos do mundo, aprendi a falar italiano, brindei com spritz muitas vezes, provei maravilhas, fiz excelentes amigos, estudei imenso e ainda tive a oportunidade de explorar Roma, Florença, Veneza, Verona, Assis, Dolomiti, Bassano del Grappa, Garda e Bologna. Facilmente, foi o ponto alto do meu ano e da minha curta e ingénua vida. Comprei um bilhete só de ida e fiz do coração a minha bússola.

        Aparte disso, participei remotamente na Missão País, nos Jogos da Primavera e no Cenáculo, assisti afincadamente à Eurovisão e acordei cedo para ver tudo o que queria nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Assisti ainda à promessa da Matilde e da Mariana. Amadrinhei o Diogo, a Marta e a Matilde, guiei-os neste caminho, ajudei-os na compra do traje e ainda lhes tracei a capa no meio de tantas emoções. São os meus miúdos de ouro. Amadrinhei também a Catarina no seu "Sim!" na fé, um imenso privilégio para mim pela confiança. Resumindo, foi uma ano de celebrações, incluindo o fim da licenciatura e entrada no mestrado de tantas pessoas que adoro. Foi ano de escrever fitas emotivas e de presenciar a Queima, de celebrar aniversários especiais, de ser vacinada - eu e todos em meu redor - e ainda de celebrar quatro anos de namoro, com direito a gelato e passeios de bicicleta pelos canais e ainda de saborear o nosso típico sushi no 29º aniversário de casamento dos meus pais.

        Vi séries incríveis e li mais que nos anos anteriores - mesmo querendo melhorar muito neste aspectos! Aprendi a tricotar e concretizámos o cardigan do Harry Styles, rendi-me aos podcasts e, para além disso, ouvi muito Miguel Araújo e Taylor Swift on repeat. Visitei museus incríveis, da Gulbenkian a Uffizi, do Aljube ao Vaticano e vi algumas das obras de arte mais magníficas do mundo. Pintei muito, fotografei menos do que gostaria, cortei o cabelo em casa e ainda me rendi ao Notion. Explorei todos os baloiços da serra, desfrutei do verão na aldeia, voltei a acampar e diverti-me em inúmeras noites de jogos em família.

        Tive vitórias pessoais muito bonitas, também: publiquei um artigo científico (sou um et al!), integrei um projeto na minha área onde tenho vindo a aprender e a desenvolver muitas das minhas capacidades e ideias. Tive notas incríveis e fiz cadeiras bestiais - de onde tenho de destacar Publicidade e o trabalho com a Pfizer, História dos Fascismos e Writing for the Media - e ainda abracei o projeto Muda o Chip. Deixei o pimba em paz, mergulhei no mar algarvio no meu vigésimo aniversário, tornei-me finalista e ainda descobri praias secretas na Arrábida com a família. Afastei-me de uma amizade tóxica, fortaleci as minhas amizades mais antigas e vi a minha Joana passado quase dois anos. Fui ao Oceanário, fizemos canoagem em Montargil e tive visitas dos meus pais e do meu irmão. Este último mês do ano foi marcado de forma muito negativa, por sustos relacionados com a pandemia, a solidão de me autoisolar para conseguir passar o natal em família, as avaliações que não correm tão bem e as portas que se fecham. 

        Em 2021 aprendi imenso sobre mim mesma. Cresci muito, tomei decisões importantes e, apesar de tudo, foi um ano repleto de momentos e lições bonitas. Este ano, finalmente, pude voar. 2021 foi superação e de fazer acontecer, de erguer a cabeça e enfrentar com boa disposição o que segue adiante; ano dos acasos bonitos mas também de estrelas cadentes, da família, das saudades. Que nunca nos falte a resiliência, que nunca nos falte amor. É este o meu desejo para o ano que está aí ao virar da esquina. Que aproveitemos todos os dias, todos os abraços, todos os mergulhos no mar, todas as oportunidades, que nunca nos faltem as palavras, que nunca travemos aquilo que sentimos. Tratem de ser felizes, de não deixar para amanhã e de saborear cada pedaço. Este último parágrafo é em especial memória da  minha avó, que faleceu na noite de Natal. Here's to her


2 comentários:

  1. Que 2022 seja melhor e cheio de novas aprendizagens!

    Um abracinho virtual por este final de ano mais triste.


    A Sofia World

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Obrigada por leres!

 
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