Fazer uma mobilidade, seja ela qual for, não é somente entrar no avião e ir, é obviamente algo muito pensado, deveras burocrático e que nos toma algum tempo. Este meu segundo processo de Erasmus dura desde janeiro, começou com a minha candidatura interna na minha faculdade e há de terminar com o documento de partida e a transcrição das minhas notas e créditos realizados. Nesta publicação falo-vos de tudo o que tem de ser feito até ao momento em que se parte à aventura.
Realizar a Candidatura e Escolher o Destino
É neste passo que escolhemos o nosso destino e a faculdade que nos irá receber, consoante os acordos realizados pela universidade onde estás. Na minha faculdade, inscrevemo-nos e colocamos as nossas três primeiras opções de universidade e, de seguida, somos seriados através de uma fórmula que tem em conta a nossa média de curso e os créditos já realizados, podendo recorrer à média do secundário para desempatar.
Para escolher para onde queria ir tive em conta variadíssimos critérios que aconselho a que identifiquem os vossos para ser mais simples de filtrar. Os meus eram não ser um sítio absolutamente isolado e que tivesse boas conexões de transportes, que não fosse uma capital ou cidade demasiado cara e overwhelming, que a língua fosse "aprendível" e relativamente simples de safar e que soubesse que conseguiria comer bem - leia-se, haver peixe. Além disso, como os cursos de comunicação são tão abrangentes, tive em conta experiências de antigos colegas e tive cuidado de visitar os planos de estudos, nunca faria sentido ir para Bolonha ou para Praga por ser muito mais virado para o Cinema e a Televisão, uma área que não é a minha. Como foi a minha segunda vez a candidatar-me a Erasmus, coloquei como primeira opção aquela onde tinha entrado no ano anterior, simplesmente por já ter facilidade burocrática e já saber como funciona mas também por me agradar imenso. Há quem se guie por rankings internacionais, até!
Learning Agreement
Após as colocações, o primeiro e um dos passos mais chatos é realizar o nosso acordo de estudos, reunir com coordenadores, enviar trinta e sete e-mails, resolver umas chatices. Nesta fase procuramos Unidades Curriculares na Universidade de destino que equivalham às que teríamos na nossa home university, de modo a ser fiel ao plano de estudos. Claro que cada universidade terá o seu processo, no meu curso, nas cadeiras obrigatórias temos de enviar propostas de unidades com o seu currículo e bibliografia, cadeiras de vertente podem ser qualquer coisa que tenha a ver com aquilo onde nos queremos especializar, e as cadeiras livres permanecem isso mesmo: livres. Após concluir e conseguir 30 ou 36 ECTs, é fazer com que o vosso LA seja assinado por todas as partes - vocês, o vosso coordenador e o coordenador de destino. Este documento poderá ser alterado à chegada por incompatibilidades horárias ou outras questões
Arranjar Casa
Um assunto imensamente sensível, eu tive dois grandes objetivos: não ser burlada e ainda ir já com teto garantido para lá. Em Itália é típico - e nojento - o quão fácil é envolverem-vos em esquemas, é uma verdadeira loucura. Além disso, a procura é tanta e a oferta tão pouca que é comum ir-se mais cedo para visitar apartamentos. Existem residências da faculdade mas também residências privadas - comumente geridas por congregações religiosas - e imensos sites onde podem procurar (como o Housing Anywhere, Dovevivo ou Uniplaces) ou até em grupos de Facebook. Os preços vão sempre depender do custo de vida local, sei que em Padova ronda os 350€ mas que em Roma facilmente chega aos 600€. Creio que o segredo seja pesquisar com antecedência ou até contactar pessoas que já estudaram na cidade.
Bolsa
É-nos atribuída uma bolsa da União Europeia para nos ajudar com os custos da mobilidade Erasmus, nem todos temos direito mas quase todos a recebem. O valor depende do tempo de estadia e também do país onde vão concretizar o vosso Erasmus, o valor da bolsa para a Eslováquia não é igual ao valor da bolsa relativo à Finlândia, por exemplo. 70% da mesma é dada à ida e 30% na vinda. Só se pode aceder à bolsa após assinar o Contrato Erasmus.
Outros
Da série de variados, antes de chegar é muito importante obter o Cartão Europeu de Saúde, perceber como funcionam os cartões multibanco e de telemóvel no estrangeiro e ainda ver quando o cartão de cidadão caduca. Acho também importante marcar uma consulta médica e de dentista antes de partir, só para ver se está tudo bem, obter receitas, entre outros.
Muita burocracia e muita coisa para tratar, porém quando está tudo feito é bestial. Se tiverem alguma dúvida, responderei nos comentários!
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