É António Proaño que protagoniza esta obra, vivendo no meio de povos indígenas e de culturas tão diferentes cujo único traço comum é o ódio aos "gringos". Para além da narrativa principal que se sucede devido a várias mortes humanas e animais devido a um feroz animal, António adora ler, especialmente aqueles romances que doem, que amarguram, que ardem no peito. É aqui que se desenvolve a narrativa clara e profunda - mesmo em curtos capítulos - da busca pelo predador e dos tantos paralelismos que encontrei, como com o amor descrito nos romances que António tanto gostava de ler. Outro aspeto curioso foi existirem romances passados em sítios que me são tão familiares, como Paris, mas que era cenário de um romance de António e era-lhe tão distante que não conseguia imaginar sequer. Mas, para mim, El Idílio - onde se passa esta obra e onde António morava - era-me francamente estranho e pouco familiar mas tão comum e natural para o protagonista.
Leio sobretudo obras europeias e norte-americanas e foi uma agradável surpresa esta narrativa da América do Sul com conceitos, formas de ser e estar e naturezas tão diferentes e é maravilhoso viajar através da leitura e ir em busca do predador com eles. Tem cem páginas, lê se num instante e foi uma delícia, uma lição sobre o amor mas que, em certas páginas, nos faz ter o coração na boca. Um autêntico mergulho noutro mundo. Hei-de reler.
Não conhecia :)
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