Mais uma obra de Saramago - que tem uma escrita que, além da minha opinião acerca do enredo, me apaixona sempre - que escolhi numa biblioteca por ter tanta curiosidade sobre a forma como um ateu interpreta e escreve sobre temas bíblicos. O título da obra espelha o nome da personagem principal - filho de Adão e Eva e irmão de Abel - e as suas distantes aventuras e desventuras.
Olhei para este livro muito como a reinterpretação de José Saramago do Antigo Testamento, passando pelo Jardim de Éden e a tentação da serpente, a Torre de Babel, a Arca de Noé e ainda personagens como Lilith, Job ou Josué, tendo sempre presente o seu tom irónico e a sua implacável crítica mordaz. Todo o enredo é o caminho percorrido por Caim, cruzando todas estas narrativas bíblicas estando sempre em conflito com Deus e com as suas decisões. Hilário numas passagens, talvez ilógico noutras, depende de quem lê e da interpretação que faz, claro!
Achei deveras interessante a interpretação do autor, a miscelânea de histórias que fez e a sátira que construiu em torno deste tema. Achei deveras incomum e curioso e faz-nos questionar muitas das nossas certezas. Não é o meu livro preferido dele e não voltaria a ler, porém a narrativa é simples de apreciar. Afinal de contas, "A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele."
Sou muito fã de Saramago e tenho esse livro cá em casa, mas ainda não o li.
ResponderEliminarDentro da mesma temática, aconselho O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Beijinhos*
Não Digas Nada a Ninguém