Hoje celebro vinte anos de vida. Vinte anos imensamente felizes, preenchidos e comemorados. É uma idade que traz medo e incerteza e traz vontade de não crescer mais, já chega. Com a chegada do número redondo desafiei-me a escolher vinte temáticas e a escolher um preferido em cada uma delas. Aleatório, simples, peças, obras, tema. Escolhi um de cada para a vida. Se tivesse de levar somente um elemento desta temática para a vida para marcar os meu vinte anos, qual seria? Foi nesta ótica de cápsula do tempo que decidi fazer esta brincadeira sabendo bem que os último quatro ou cinco anos foram os mais marcantes, memoráveis e livres nas minhas vivências, por isso, há uma forte influencia destes. Espero que gostem!
1. Peça de roupa | Acho que existem peças de roupa que são para vida e que serão sempre importantes como a nossa capa académica, a blusa que vesti no dia em que começámos a namorar, um vestido de gala.. por aí! Mas se existisse uma peça de roupa que marcou os meus vinte anos de existência seria esta camisola de caxemira que herdei da minha mãe e que é tão subtil e bonita mas tão marcante e confortável. Para além do simbolismo - e de ser mais antiga que eu - traz muito este laço mãe e filha e é das peças mais valiosas em termos de material do meu armário. É delicadeza pura!
2. Comes | Podia dizer a carbonara do La Cantina ou o hummus do Tantura mas não há comida de conforto que seja mais representativa dos meu vinte anos do que sopinha feita pela minha mãe - tão boa que até cheguei a comer ao pequeno-almoço. Sabe a casa, sabe a amor.
3. Momento | Tenho a sorte de ter vivido coisas absolutamente arrebatadora e estonteantes que me fizeram ficar imensamente orgulhosa de mim mas acho que o pico da minha vida foi literalmente, alcançar o topo da montanha mais alta do nosso país, o Pico, no ano de 2018. Um ano particularmente difícil a nível pessoal e, após ter ido um ataque de pânico na casa da montanha aos 11 anos, ascendi ao piquinho no final de agosto, seis anos depois. E não parei de chorar desde que lá cheguei. A sensação de que não há mais do que este ponto tão alto, para cima de mim somente o céu, este privilégio e esta exclusividade. Conquistei muita coisa, mas nada se assemelha a superação pessoal e a esta felicidade genuína.
4. Pessoa | Sou uma privilegiada acerca das pessoas que me rodeiam mas a escolha de uma pessoa imensamente marcante nos últimos vinte anos foi sem duvida o meu irmão. Motor de crescimento e desafio mas também parceiro de aventura e fonte imensa de conselhos e de raspanetes. De não nos suportarmos a eu implorar para que ele não saia de casa, somos excelentes amigos. Que sorte a minha!
5. Stationery | Sem discussão, o meu eterno bullet journal, o Leuchtturmn 1917, mesmo que arrumado na prateleira é um preferido da vida. Fiz bullet journal durante uma boa parte da minha existência e garanto que não há caderno como este. De capa colorida e folhas pontilhadas. Um eterno predileto.
6. Acessório | o meu acessório preferido da vida é uma mala já em terceira mão. Foi da filha de uma chefe da minha mãe que se desfez dela por ter uns riscos. Foi da minha mãe, muito usada e amada mesmo com os seus riscos e agora é a minha go to de todas as saídas! É uma Furla mais antiga que eu, já com os seus estragos, mas com muito uso por fazer, ainda!
7. Álbum | Pontos nos Is d'Os Quatro e Meia cheira a viagens de carro, cantorias nas escadas cá de casa, a músicas (do nosso) amor. É só lírica e musicalmente fascinante. Felizmente já tive oportunidade de o berrar diversas vezes em concertos.
8. Viagem | Talvez uma das categorias mais difíceis e complexas, já fiz viagens muito bonitas e marcantes e escolher só uma é ultra difícil mas diria que a viagem da minha vida foi à Hungria, em 2017, em contexto de intercâmbio. Foi o choque, o banho de história, o ter 15 anos e ter de me desenrascar, o não conhecer a língua, tampouco a moeda. Foi a neve de janeiro, as lágrimas em memoriais, os amigos que fiz, o viver com uma host family, a comida, a realidade, o trabalho para realizar este objetivo. Foi uma viagem muito muito bonita e profundamente marcante, voltava todos os dias!
9. Fotografia | Uma fotografia com vários anos também mas, apesar da qualidade, é das minhas eternas preferidas. A composição, as cores, a sua história. É em tudo mágica, mesmo tendo sido tirada com um telemóvel menos bom, poucos conhecimentos fotográficos e num acaso imensamente bonito. Que os meus vinte anos sejam recordados assim: plenos, belos, memoráveis.
10. Palavra | Só uma não chega mas diria que esta caminhada de vinte anos se pode resumir em empatia e fé. São palavras tão profundas e necessárias e que cresceram muito comigo. Ambas são facetas a ser eternamente trabalhadas e detém dos significados mais belos.
11. Livro | Só um também não dá e creio que nesta categoria será óbvio mas um livro que marcou muito os meus últimos vinte anos não foi um livro mas sim uma saga: Harry Potter. Sem pretensiosismos atuais quanto à autora, foram livros que me fizeram apaixonar pela leitura e por uma história tão especial numa idade tão jovem. É um amor que mantenho até hoje e é, essencialmente, uma saga sobre o amor.
12. Filme | Não sou a maior consumidora de cinema, porém, este galardão é dado à Família Bélier, um filme francês que capta com humor o amor pela música e a surdez numa família e a simbiose entre estas duas temáticas. Vi pela primeira vez no cinema há tantos anos e ainda conheço todas as músicas. Não é um ex-libris do cinema mas será eternamente uma longa-metragem quentinha no meu coração.
13. Obra de arte | Eu gosto mesmo de me pôr à prova. Existem tantas obas absurdamente bonitas e marcantes em museus igualmente incomensuráveis de tão ricos mas o meu galardão neste 20º aniversário terá de ir para uns painéis gigantes pintados por Monet que se encontram no Museé de L'Orangerie, em Paris. O impressionismo é a minha praia e não há como não ficar parva com a imensidão, o detalhe, a precisão, a técnica e a beleza da cor. São salas ovais com pinturas gigantescas dos nenúfares que Claude Monte tinha no seu jardim, em Giverny. Que saudade imensa da paz que este museu me trouxe!
14. Espetáculo | Podia facilmente dizer os One Direction - que privilégio e que loucura - porém o meu galardão vai para a mistura entre o bailado, o teatro e o concerto de piano, A Perna Esquerda de Tchaikovsky de seu nome. Foi há imensos anos e recordo-me que escrevi sobre este no meu antigo blogue, com uma bailarina francesa e o Mário Laginha ao piano. Um monólogo da bailarina em fim de carreira enquanto dançava somente com um ponta calçada. Uma história sobre amor e sobre a dor. Lembro-me de me sentir tão cheia, tão inspirada. Foi surreal e creio que é uma peça que nunca mais estará em cena. Fala-nos que cada dor tem uma data de estreia, uma música e um lugar e de tantos outros temas. É quase que uma autobiografia acompanhada ao piano. Recordo-me de pouco da peça mas recordo-me bem de tudo aquilo que me fez sentir. Surreal.
15. Bebida | A resposta só poderia ser chá e há um muito específico que tem todo o meu coração: o meu eterno chá verde Gorreana dos Açores. Um sabor caraterístico e produzido artesanalmente na ilha. É puro amor.
16. Bijuteria | Sem surpresas, uso o mesmo colar ao pescoço há mais de quatro anos e obviamente que tinha de estar aqui. Assim rapidamente, é uma corrente em aço com três elementos: a concha, a flor de lis e uma árvore. A conha (a maior) foi me oferecida pelo meu pai após uma peregrinação até Santiago de Compostela, depois de ter perdido outro colar com um concha belíssima, de cerâmica e pintada por locais, adquirida na Corunha. Simboliza não só o meu pai, como este sonho de fazer El Camiño e a incrível cidade de Compostela. A flor de lis de prata foi-me oferecida pela minha mãe em Florença. Simboliza-a a ela, a esta cidade magnifica que tanto nos liga e também o nosso amor comum pelo escutismo. Por último, a árvore foi-me oferecida pelo Daniel num aniversário, simboliza-o a ele e ao crescimento mútuo e conjunto que fazemos. Sinto que há quem ache piroso mas.. são as minhas pessoas e trago-as comigo - só falta o meu irmão que já me ofereceu um pendente com um mundinho mas tenho imenso medo de estragar de tão frágil que é!
17. Sentimento | Não existe nada como a sensação de plenitude, de estar tudo bem, o universo joga a meu favor, há de tudo dar certo. Aquele sentimentozinho de paz que vem quando vamos ver o mar, deciframos constelações ou quando vamos dormir com a sensação de missão cumprida. Sensação de quando concretizamos um objetivo e fechamos um capítulo.
18. Coreografia | Pratico ginástica há mais de uma década, logo, já fiz umas quantas peças coreográficas porém a mais marcante, podendo não ser a minha preferida, talvez seja a que levamos à World Gymnaestrada, na Áustria, onde tive um papel de destaque. Os primeiros minutos de música ainda me enervam mas marcou sem dúvida um objetivo de vida, um marco na minha história e uma altura muito especial. Foi o ex-libris e foram dois anos a fazê-la com muitas horas de treino e de preparação.
19. Lição | A vida é uma autêntica bênção e há sempre luz ao fundo do túnel, sempre!
20. Um Sonho | Finalmente, voar, em breve.
Venho um bocadinho atrasada, mas não podia deixar de te desejar um feliz aniversário! Nem acredito que já fazes 20 anos! Ou será que só fazes 20 anos? Bem-vinda a uma nova década. Espero que sejam anos maravilhosos! 🙏🥰
ResponderEliminarA Sofia World
Que ideia tão simples mas genial de celebrar 20 anos especiais! Consigo encontrar pedacinhos de Leonor em cada uma das tuas escolhas - e palavras! Mais uma vez, feliz aniversário, coração <3
ResponderEliminarNão pude deixar de ler esta publicação com um sorriso no rosto! Só tenho a dizer que tem sido fabuloso ver a tua evolução e crescimento e agora saber um pouco mais sobre ti <3
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