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SÉRIES | The Circle: França

        Há que admitir, adoro um bom reality show que não me acrescente nada somente para esvaziar a mente mas gosto sobretudo de reality shows pela análise social e comportamental que consigo construir através da sua visualização. Quando me falaram sobre o The Circle como um reality de rede social e influencers torci o nariz trinta vezes mas somente ao começar a ver por curiosidade - mesmo que sem grande esperança - que percebi que o formato era muitíssimo inteligente.

        O The Circle reúne vários concorrentes que só se conhecem através da rede social que dá nome ao programa, criam perfis, bios, adicionam fotografias, estados, entre outros, e, de forma exacerbada - dado que não têm outra forma de compreender as pessoas - julgam-nas através destes pedacinho. A manha está que, tal como na internet, nem toda a gente é quem parece e, daí, surgem os catfish - e é hilariante ver um rapaz a agir como se fosse a namorada, uma avó a agir como o neto, alguém a manter a sua personalidade mas a utilizar fotos de um amigo - e é hilariante vê-los a tentar agir como se fossem eles. Assim, no The Circle - que é uma app acionada por voz e nunca se vendo além das fotografias de perfil - os concorrentes falam entre si, criam grupos, alianças e rivalidades e, no fim de cada episódio votam nos mais influentes dentro deste círculo podendo, por fim, bloquear um jogador. Posteriormente, este poderá visitar alguém à sua escolha e é simplesmente incrível estas reuniões após vários dias por detrás de um ecrã.

        Parece bizarro e sem interesse mas é brutal de acompanhar as estratégias e as rivalidades pelos primeiros lugares, é brutal compreender os processos cognitivos, perceber as ciladas e a forma como as pessoas se protegem por detrás de um ecrã e jogam com a informação e a suposição - tal como na vida real. É deslumbrante perceber de que forma uma ação pode ser interpretada de uma forma ou de outra. Achei hilariante alguns desafios e jogos, sofri com alguns concorrentes e revirei os olhos com outros. Optei por ver o francês que, apesar de lento ao inicio, se revelou orgânico e me prendeu ao ecrã do início ao fim. Uma luta pelo primeiro lugar que se torna em muito mais do que isso, a estratégia, a paciência e os aliados são a chave para este jogo. 

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