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MÚSICA | Os Quatro e Meia no Campo Pequeno

        Este concerto foi a minha primeira prenda de natal deste ano e estive deveras reticente entre o ir e o não ir devido às circunstâncias atuais mas, com vários testemunhos de outros, decidi ir e ver por mim mesma. Mais do que um testemunho de um concerto bonito, quero que seja um testemunho daquilo que senti enquanto espetadora no meio de uma pandemia.

        No âmbito do evento Santa Casa Portugal ao Vivo, a Everything is New tem promovido uma data de concertos durante o mês de dezembro não só para promover a cultura como para ajudar todos aqueles que dela dependem para sobreviver. O concerto d'Os Quatro e Meia, o primeiro a seguir à apresentação do álbum "O Tempo vai Esperar", em Coimbra, foi emocionante, de arrepiar e um autentico poço de serotonina. Foram as músicas brilhantes, os convidados especiais, o bom sentido de humor e a sensação de gratidão imensa que a banda emanava. São um talento português a valorizar e que não consigo passar qualquer música. As letras não são vazias, as melodias são inteligentes, os arranjos são bonitos, a sonoridade do violino e do acordeão complementam-se e as vozes são de arrepiar. Desde Baile de São Simão à Canção do Metro, foram várias obras de arte expostas na arena do Campo Pequeno que tocaram no coração de muitos.

        Apesar da obrigatoriedade de permanecer sentados, não faltou a vontade de pular e de dançar, de berrar as letras mais sentidas, mesmo de máscara, e de esperar pelo fim do concerto para falar de tudo com os amigos, na verdade, não tínhamos ninguém aos lados, atrás ou à frente, os lugares estavam marcados - nada diferente das minhas aulas presenciais - e,  a insegurança que sentia ao ver tanta gente no mesmo sítio, era atenuada por essa distância em nosso torno. A saída do espetáculo foi deveras organizada - devia ser sempre assim, sem empurrões! - e os seguranças foram sempre muito retos quanto às normas, como já sabemos, de distancia de segurança, máscara obrigatória e desinfeção das mãos. Só me senti insegura na entrada, principalmente quando alguém tinha de passar por mim, já sentada, para ir para o seu lugar. 

        Acabei o concerto de lágrimas nos olhos de uma felicidade que não sentia há muito, aquela felicidade do lazer, do plural, da alegria que contagia. Senti imensa falta e espero que possamos voltar muito em breve à plateia de tantos outros artistas que admiramos. O concerto ficou muito marcado pelo apelo da banda ao apoio de todos os que passam dificuldades: artistas, técnicos, comerciantes, pessoal da restauração, entre tantos outros. Que nos ajudemos mutuamente da forma que der e da forma que nos sentirmos seguros. Foi o concerto e o presente que eu precisava, o boost de alegria e de vida que me fazia falta. Foi deslumbrante, aliás, Os Quatro e Meia são sempre incríveis e é sempre bom voltar, são de uma qualidade plural implacável e trouxeram-me um sorriso mascarado de orelha a orelha. Há que cuidar da nossa cultura, pois esta é "a alma do povo"!

fonte: @tiagocortez_vpmd

1 comentário:

  1. O quão triste fiquei por não ter ido ao concerto..o quão feliz fico por saber que amas-te o concerto! Que um dia eu consiga ir e possa partilhar dessa tua felicidade! <3

    Blog: https://blogandorinhaazul.blogspot.com/

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Obrigada por leres!

 
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