Os dias longos começam-se a notar, o calor chegou e há-de perdurar. Maio marcou pela recta final do semestre - que ainda não acabou! - e pelo pequeno e cuidadoso retorno à vida "normal". Voltei às aulas de condução - e sinto-me cada vez melhor ao volante! -, voltei a vestir a farda dos escuteiros para ajudar no acolhimento às eucaristias com todos os cuidados, contribuí para o banco alimentar e pude sair de casa sem ser para ir levar o lixo, quase dois meses depois de ter iniciado o isolamento. Foi em maio que pude rever, com todos os cuidados, os meus avós, que têm estado tão sozinhos, que estive com o Daniel - onze semanas depois do nosso último abraço de despedida - e foi de derreter o coração, esperei tanto tanto por isto, simplesmente, é amor!
Também foi em Maio que comecei a aprender língua gestual portuguesa, que iniciei o meu processo de Erasmus, que vi o fim dos directos do Bruno Nogueira - sim, só vi esse, porém adorei- que apanhei sol enquanto lia no meu quintal, nas pausas de estudo, e que deixei o pijama em casa tornando cada saída num pretexto para me arranjar como nunca. Foi em maio que orei, que reuni, que abracei, mas também que chorei, que debati e que procrastinei. Foi neste mês que não tivemos as nossas celebrações académicas, mas estivemos reunidos em coração. Custou imenso não ver os meus finalistas a concluir o seu percurso, porém, acredito que um dia o vamos concretizar. Concluí as aulas deste segundo semestre, no entanto ainda faltam quatro avaliações para as merecidas férias. Apesar de tudo, foi um semestre desafiante, tive professores e UC's incríveis e absolutamente memoráveis, que vou guardar no coração. Falta ainda saber imensas notas mas sei que todo o esforço compensa, o que se refletiu no e-mail que recebemos de aceitação da nossa proposta para uma Conferência Internacional de História do Jornalismo - fazemos uma dança da vitória?!
Por fim, Maio, para mim, ficou marcado por mais um feminicídio, por racismo e sistemas opressores das liberdades, direitos e igualdades individuais, que doeu no coração. Estamos a viver momentos históricos que um dia hão-de ser estudados e nunca pensei vir a presenciar aquilo que tem acontecido. Resta-me desejar-vos um junho - o meu mês predilecto - cheio de momentos bonitos, de esperança e de amor, mantenham-se hidratados, a salvo e não se calem perante injustiças, nunca!
Maio passou a correr, mas o facto de ter trazido o calor já foi óptimo, apesar de mal dormir com tanto calor que se faz em casa, não me queixo, prefiro isso ao frio.
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