"Sim!" Foi a minha resposta instantânea a esta questão colocada por um seminarista da nossa idade numa das palestras a que assisti há uns tempos, em âmbito escutista. Não reflecti muito e a resposta foi rápida, afinal de contas respeito e compreendo as escolhas, ideias e hábitos dele por muito diferentes que sejam das minhas. Porém, com alguma conversa e com o decorrer da palestra percebi que não foi neste sentido que ele fez a questão que, apesar de parecer directa, tinha rasteira. Óbvio que temos que aprender a viver com as manias e valores intrínsecos neles mas não era neste sentido que o seminarista se referia.
Quando amamos alguém temos sempre vontade de torná-los cada vez mais a melhor versão deles mesmos. Temos de exigir mudança, e eles a nós. Acredito que uma relação é uma mistura de diversos ingredientes e um deles é a complementaridade. Ele tem características e dons que eu não tenho e vice-versa e deste modo completamo-nos, ajudamos, crescemos, amamos. Porque acredito que se não impulsionarmos ao outro a ser cada vez mais e melhor, a crescer e a descobrir-se, não é amor. Por essa razão repensei a minha pergunta àquele desafiante "vocês aceitam o vosso namorado tal como ele é?". Não. Porque acredito que no amor não somos simples linhas rectas mas que devemos transformar-nos em funções exponenciais com ajuda e partilha mútua e acredito que temos de puxar sempre pelo outro para se tornar numa melhor pessoa, num melhor filho, irmão, neto, num melhor namorado, num melhor cidadão do mundo. Não. Porque não quero que ele seja como é, quero que ele se supere e seja a cada dia um bocadinho mais incrível, em todas as facetas e situações do quotidiano. Querer isto é amor.
Essa é uma proposta de reflexão interessante mas, por outro lado, a procura da melhor versão do nosso parceiro pode ser um exercício traiçoeiro. Se eu ‘não’ aceitar o meu par como ele é porque sei que ele pode ser melhor, restam-me duas questões:
ResponderEliminar1. Será que o ‘melhor’ que eu idealizo é, de facto, o melhor que ele pode ser ou o melhor à minha imagem?
2. Se ele não quiser ser o melhor que idealizo e eu não o aceito tal como é, há espaço para um amor e admiração sinceros ou eu amo e admiro o seu potencial?
Umas questões interessantes para refletirmos :D
Não interpretei como sendo o melhor dentro da minha própria idealização mas sim da dele! É uma questão bastante ambígua e controversa e posso - muito possivelmente - não a ter veiculado da forma correta! Obrigada pelas questões, sem dúvida pertinentes!
EliminarAntes de ler o post, a minha resposta a essa pergunta também era sim. Realmente, é mesmo curioso essa reflexão. Agora que penso, eu também quero sempre o melhor para o meu namorado, estimulo-o a envolver-se em projetos que sei que ele é capaz de fazer, estimulo-a a fazer mais e melhor em tudo na sua vida, portanto I guess que também não o aceito como ele é.
ResponderEliminarAdorei este post!
Beijinhos
Blog: Life of Cherry