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LIVROS | A Caminho do Triunfo

   Robert Baden-Powell não só foi um general do exército britânico como fundou o escutismo - algo que me diz muito - e, desse modo deixou variadíssimos registos escritos para crianças e jovens sobre os mais diversos assuntos. É uma figura pela qual tenho muito respeito e carinho e, dada a fase de vida em que me encontro, recomendaram-me a leitura do A Caminho do Triunfo, que apesar de ter alguns termos técnicos não é um livro só para escuteiros, é endereçado a todos os jovens.

   A Caminho do Triunfo relata a forma de alcançar a felicidade utilizando a metáfora de uma canoa num rio, a primeira simboliza-nos a nós e o rio simboliza o correr da vida. Temos, assim, o poder de manobrar a nossa canoa como queremos tentando evitar os escolhos - situações que nos desviam do caminho para a felicidade, apesar disso refere que "as dificuldades são o sal da vida". Enuncia também que a felicidade não é o mesmo que prazer - algo efémero. Devemos procurar a felicidade passivamente - ao contemplarmos o que existe ao nosso redor - e ativamente - não esperando que as coisas venham ter connosco. Explana igualmente duas chaves essenciais para a felicidade: não levar nada muito a sério, encarar a vida como um jogo e o mundo como um campo de jogos e, para além disto, fazer com que todas as nossas ações sejam orientadas pelo amor. 

   No desenvolvimento do livro, o autor revela cinco escolhos que se põem no nosso caminho, cada um tem o seu lado sombrio e o seu lado luminoso e temos de perceber como os encarar de modo a não encalhar. Os capítulo dos Cavalos fala acerca do perigo das apostas e da falta de desportivismo, o Vinho é acerca da perigosidade dos vícios, da dependência e dos excessos, Mulheres é um capítulo relativo à falta de cavalheirismo e aos abusos, já os Cucos e Impostores retrata os que vivem à custa dos outros, por último, a Irreligião refere-se ao perigo do ateísmo.

   Apesar de ter sido escrito nos anos 20, achei o livro incrivelmente actual e com uma perspicácia brilhante - apesar de notar umas pontinhas de machismo. Foi escrito com o intuito de nos aconselhar a como navegar nos rios da vida e a enfrentar os escolhos que se metem no nosso caminho.  Por já ser muito experiente nisto da vida, ter cometido vários erros e aprendido com eles, Baden-Powell, escreve-nos para que não façamos o mesmo, diz também que devemos partilhar as nossas experiências de modo a ajudar o nosso semelhante nas mesmas adversidades. Não é uma obra dirigida a quem já viveu e se sente realizado, mas sim para jovens que ainda estão um pouco perdidos a tentar manobrar a sua canoa. Diria que foi o livro certo na altura certa, para ler de lápis na mão a sublinhar e para estar sempre na prateleira. Abriu-me os olhos e fez-me, de facto, reflectir acerca da minha vida e até adoptar uma postura diferente. Genuinamente brilhante. É verdadeiramente um livro de auto-ajuda do século passado, bastante atual, simples e eficaz.



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