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FACULDADE | 8 Coisas que Não Sabia Antes de Entrar na Faculdade

Vais Ter de Ler. Imenso. | Não tenho noção se isto é transversal a todos os cursos, porém, percebo que seja mais comum nas ciências sociais. Quando estava no secundário não fazia a menor ideia da quantidade gigantesca de ensaios, dissertações, livros, teses e trabalhos que ia ter que ler na faculdade, de todo. Agora já tenho mais pedalada e consigo realizar e acompanhar tudo a tempo e horas, mas confesso que no primeiro semestre foi bastante complicado. Deixamos de ter duas páginas para ler como trabalho de casa no secundário para ter vinte, trinta páginas em inglês com vocabulário técnico complicado para ler de um dia para o outro. Há melhores leituras que outras, e, apesar de não adorar. já estou mais acostumada. Porém, não sei porquê, era algo que não esperava!

Professores Universitários não são Melhores Professores | Esta foi das minhas desilusões mais marcantes aquando da minha entrada no Ensino Superior, porém bastante inocente. Pensava eu que professores especialistas e doutorados na área me iam oferecer aulas incríveis, a transbordar de conhecimento e vivacidade e com metodologias altamente inovadoras. Estava errada. Serem grandes investigadores não torna ninguém num excelente docente, porém já tive casos absolutamente brilhantes como casos não tão bons, acontece! 

Os Docentes Podem Saber o Teu Nome | Não tenho grande perspectiva das outras faculdades mas CC tem mais ou menos 120 alunos por ano, à volta de 60 por turma e, por muito que me tenham dito no secundário que nenhum professor ia saber o meu nome, pude comprovar o contrário! Eles lembram-se de ti e interessam-se por saber quem és se intervires de forma benéfica para a aula ou demonstrares interesse, principalmente porque isso valoriza o trabalho deles. Os professores podem não saber o nome da maioria, mas se te esforçares eles vão saber quem tu és. Curiosamente, agora nas aulas online, por vezes o professor até reconhece alguns alunos somente pela voz, é mesmo querido!

Enunciados Curtos | Algo que nunca na vida esperei encontrar no Ensino Superior foram os enunciados de frequência ultra curtos! Na sua generalidade costumam ter entre duas e três perguntas e com cotações enormes. Estava habituada a ter testes gigantes, no secundário, com vários grupos de perguntas e era um drama uma questão mais extensa valer 4 valores, agora cada resposta vale metade da nota!

Só Nos Vendem o Bom | Refiro-me na perspectiva do marketing académico, adoro o meu curso e a minha faculdade mas há várias coisas que não me contaram até entrar. Venderam-me o melhor curso de comunicação do país que formou profissionais como o Rodrigo Guedes de Carvalho, o José Rodrigues dos Santos, a Pipoca Mais Doce ou até a Rita da Nova, um curso actual, muito bem conceituado e, infelizmente, encontrei um curso envelhecido e a precisar urgentemente de uma reforma. Há UC's que já não fazem sentido, há outras que devíamos ter e que não temos - como um cadeira em que aprendemos, de facto, a escrever, como há, por exemplo, na ESCS. Faltam cadeiras mais práticas e mais no terreno e não tão viradas para a teoria. Temos estúdios a precisar de remodelações urgentes e, apesar de termos material para alugar e usufruir, as nossas câmeras funcionam a cassetes e há equipamentos com softwares tão desactualizados que nem os professores os sabem utilizar.. sim, em 2020. Há muito a melhorar e a actualizar e há-de ser uma caminhada longa. Apesar de tudo o que é bom, há aspectos menos bons a colmatar.

As Universidades são Também Sítios Políticos | Sinto isto em especial na minha faculdade pois é deveras activista seja em assuntos climáticos, estudantis ou até feministas. Posso dizer que é uma faculdade tendencialmente de esquerda - sempre foi, desde que os meus pais lá andaram - e chegou até a ter uma manifestação de extrema direita à porta, e os estudantes organizaram, na hora, uma contrarrevolta - isto ocorreu em 2017, se não me engano. São frequentes as faixas e os cartazes, as conferências e as manifestações. Para além disso, os debates para a associação de estudantes são para não perder, um verdadeiro debate político na esplanada !


Poupar Torna-se Difícil | Já mais virado para a vida académica, se não controlarmos bem os nossos gastos, a faculdade é um poço sem fim de despesas. Começa nas fotocópias e na propina, kit caloiro, um croissant, um jantar de curso aqui e acolá e de repente estamos a contar tostões. Foi algo que aprendi este ano: gerir prioridades monetárias e perceber quando é que já chega. Não precisamos de ir a todas as saídas ou de imprimir tudo o possível e imaginário, há que saber medir. Algo que me ajudou imenso foi anotar TUDO aquilo em que gastava dinheiro por mês, deu para perceber o supérfluo e o essencial!


Fora com os Estereótipos | Julgava que, por ser um curso tão "conceituado", concorrido e de tão "elevado estatuto", CC seria mais ou menos concebido pelo mesmo género de pessoas, uma suposição parva, eu sei. E não podia estar mais errada. Há os comuns estudiosos com o dedo patente no ar prontos para intervir mas também existe o oposto, uns verdadeiros party animals, por vezes ambos os extremos até são a mesma pessoa! Há de tudo, de todas as idades e étnicas, ideologias políticas, de vários pontos do país ou até do mundo, com gostos e sonhos diversificados. Em Ciências da Comunicação não há caixinhas para nos encaixarmos. Um curso não se dita por um exemplo mas sim por vários que se aceitam, convivem e se inter ajudam mediante as dificuldades.

3 comentários:

  1. Há experiências que nos são comuns, como a leitura (mesmo estando num curso de saúde, tínhamos de ler muitos artigos e reviews científicas que também têm umas quantas páginas!) e os docentes saberem o teu nome (alguns, agora num contexto pós-académico, ainda entram em contacto comigo agora como colegas e tenho vários adicionados no LinkedIn!). Já a parte do marketing, acho que sempre tive essa percepção, especialmente porque eu vivi um contexto completamente diferente do teu - por causa dos escândalos. Ainda há muito a cultura do prestígio e da 'melhor academia' mas a verdade é que todas as universidades têm esqueletos e não há cursos (ou academias) perfeitas. Nunca fui muito deslumbrada com instituições, confesso, e ainda hoje, mesmo em contexto profissional, mantenho espírito crítico. No que toca a poupança, sofri muito mais quando comecei a estagiar! :p Enunciado curto só tive em Anatomia, com três perguntas, cada uma a pedir para falar sobre um sistema diferente (que dá pano para mangas). Ai, bons tempos a faculdade! *.*

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  2. De facto a faculdade ensina-nos imensa coisa e comprovamos coisas que desconhecíamos de todo.
    Não sabia o que era ler artigos científicos até entrar na faculdade e, agora no primeiro ano de mestrado, confesso que é algo que ainda detesto :p

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  3. Gostei muito de ler este teu post, aliás adoro ler sobre todo o tipo de experiências académicas que, apesar de muito diferentes entre si, como é óbvio, têm sempre coisas em comum.
    Aqui na Universidade do Minho, a maior parte dos cursos são muito teóricos, pelo que todos os alunos lêem imenso. Até no meu curso, considerado mais prático que os restantes, tive que ler mesmo muito!
    Também depressa percebi que nem todos os professores universitários são os melhores professores. Prova muito aquilo que eu tenho vindo a dizer, até antes de entrar na faculdade: nem toda a gente tem jeito para ensinar, até podem ser os melhores na sua área, mas isso não significa que tenham jeito para ser professores.
    Na minha faculdade somos 100 alunos, até ao começo do primeiro estágio nenhum professor sabe o nosso nome. A partir daí, como os grupos de estágio têm normalmente 5 a 10 alunos, é muito fácil começarem a memorizar os nossos nomes, e saímos do curso com 10 professores a saber o nosso nome- eu pensava que era mau, mas no meu caso até deu jeito, escreveram-me muitas recomendações para anexar junto ao currículo.
    Poupar é mesmo muito difícil, até para quem mora na cidade universitária, como foi o meu caso. Não gastava muito dinheiro em transportes nem alojamento, mas só em comida e fotocópias, meu Deus :(.
    Por último, aquilo que eu mais gosto mesmo na universidade é a variadade de pessoas. Nesse aspeto, é tão diferente do Secundário! Claro que continua a haver grupinhos e as bitches infelizmente mas, no geral, não há rótulos, cada um anda na sua business, e ficamos a conhecer muitas pessoas verdadeiramente pelo que elas são e não que fingem ser.
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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Obrigada por leres!

 
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