Este é um museu bastante recente que se localiza dentro do Parc Léopold, nas imediações do Parlamento Europeu e alberga objectos, documentos, filmes e fotografias relativos à História Europeia, alguns desde os primeiros registos mas a grande maioria a partir do século XVII. Não estava nos nossos planos visitá-lo mas fez sentido entrar e explorar. É totalmente gratuito, enorme e tem imensa informação e, por essa razão, guardem umas boas horas para o explorar em condições.
Este museu tem as temáticas divididas por pisos, desde o primeiro que nos fala o que define a Europa e aquilo que nos une, outro acerca da potência mundial em que esta se transformou, referente à industrialização e ao imperialismo. No piso superior encontramos o tema "A Europa em Ruínas", o meu favorito, que atravessa as duas guerras mundiais de forma pormenorizada. Seguidamente, somos absorvidos pelo pós-guerra e pela cortina de ferro que dividiu o continente e, já no último, vemos a queda do muro de Berlim e a integração europeia num projecto comum - a União Europeia.
Na Casa da História Europeia podem encontrar a pistola que matou o arquiduque Francisco Fernando - e caso não saibam, foi este acontecimento que despoletou a I Guerra Mundial. Encontram também documentos, malas, estrelas de seis pontas referentes ao Holocausto entre muitos muitos outros objectos importantes. Mostra-nos os danos causados pelo totalitarismo e Portugal está presente nesta secção. Foi aqui que vi a bandeira fascista portuguesa que nunca antes tinha visto nem sequer a encontro online. É um museu muito completo, envolvente e bem construído, apesar de pesado e enorme. Reavivou as saudades que eu tinha da História e das minha épocas predilectas para estudar.
Algo que não adorei, para além de ser proibido fotografar - mas que sei que é algo muito meu - é o museu ter de ser feito com audio-guia, que detesto, prefiro ler aquilo que quero, do que quero ao meu ritmo e não estar cingida a um pequeno aparelho, no entanto, não há outra forma de visitar a Casa da História Europeia senão com o audio-guia. Pude também explorar uma exposição temporária acerca da "Juventude Rebelde" que engloba os jovens desde1945 até hoje, mostra-nos um pouco da vida de uma geração tão marcada pelo pós-guerra e pela sede de mudança. Desde os movimentos feministas e sufragistas, à ecologia, aos punks, as revoltas estudantis ou até aos hippies, todos têm o seu lugar aqui. Adorei esta secção e no fim ainda somos brindados com um casaco do John Lennon!
Vim com um saldo muito positivo deste museu enorme - mesmo com as chatices dos audio-guias. Muito completo, principalmente na modernidade europeia, e muito importante de visitar, para que nos recordemos que a História não é só História, está em cada recanto e faz parte de nós, por muito dura que seja. É importante conhecê-la para que não se voltem a cometer os mesmo erros. É um museu denso mas revelou-se das maiores surpresas que Bruxelas me trouxe.
Ah, o quanto eu gostava agora de saltar do ecrã diretamente para esse museu! Adoro História, e também adoro tudo o que tem a ver com a União Europeia.
ResponderEliminarComo alguém que tem imenso jeito a tirar fotografias, até é crime essa proibição para ti xD. E quanto ao facto de a visita só pode ser feita com um audio-guia concordo. Há aqui um museu em Braga que também só dá para visitar com esse recurso e incomoda-me profundamente, prefiro ler ao meu ritmo.
Beijinhos
Blog: Life of Cherry