FACULDADE | Traçar-lhes a Capa

        No dia antes dos apadrinhamentos corri para a minha madrinha em pânico porque não sabia se seria capaz de, eventualmente, fazer um bom trabalho como ela fez comigo. Há uns dias tracei a capa dos meus três afilhados e apesar de ser só um etapa, não ser um fim, senti que a minha missão e a confiança que me foi depositada tem sido bem desempenhada e que a minha madrinha tinha razão, eu era capaz, eu conseguia guiar e ser ombro-amigo destes miúdos.

        De lágrimas e abraços partilhados, depois de tanto que passámos. Cruzámos vidas e ensinamentos, traçámos capas, num crescimento mútuo e num orgulho que transborda. Eles são o rosto de um abraço sempre aberto, das palavras mais carinhosas e do saber que podem contar sempre comigo, mesmo que tenha de me levantar de madrugada para resolver assuntos, porque eles precisam, e que eu posso incansavelmente contar com eles, também. É impagável. 

        Mais uma etapa da vida académica alcançada e estou ansiosa por os ver a voar, a integrar os outros, a rir e a fazer da nossa faculdade casa, como tentei fazer com eles. Este ano decidi não ter mais afilhados, porque não me faz sentido na etapa de vida em que estou, mas sinto-me completa com os meus e com a relação tão próxima, natural e bonita que construímos Tornaram-se partes de mim, como se fossem horcruxes. Ao Diogo, à Marta e à Matilde, um obrigada, do coração.